No próximo domingo (30) acontece o segundo turno das eleições, e a pergunta que fica é: O processo eleitoral só acaba quando termina? Para o colunista do quadro CBN Política Regional, Hélcio Costa, a dúvida permanece, ainda mais com as possíveis alianças que poderão ser formadas a partir da próxima semana. Confira o comentário desta quinta-feira (27).
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Você lembra da “Buzina do Chacrinha”? Abelardo Barbosa buzinou a moça e comandou a massa por anos e anos na TV brasileira com a “Buzina do Chacrinha”, um programa que, segundo o slogan, só acaba quando termina.
Pois é, arrisco dizer que as eleições deste domingo, ao contrário da antiga “Buzina”, podem não acabar em 30 de outubro. Ao contrário, apurados os votos e conhecidos os vencedores, as eleições para presidente e governador do Estado correm risco de deflagrar um “terceiro turno”, que –acredito eu– não vai ser nada bom para o Brasil.
Isso porque, independentemente do resultado, o país sai rachado desse processo, disputado em ritmo de nitroglicerina pura. Lula ou Bolsonaro, Tarcísio ou Haddad, qualquer que seja a equação, o Brasil vai precisar passar por um processo de pacificação, essencial para o futuro. Isso passa pelo respeito às urnas e pelo discurso que as lideranças vão adotar a partir da noite do dia 30.
Lula, Bolsonaro, Tarcísio e Haddad vão falar para o país e ditar o discurso. Prefeitos, deputados, vereadores, candidatos falam para a região e vão precisar, como nunca, ter bom-senso. Afinal, passada a eleição, a vida segue e o brasileiro precisa de um governo que resolva coisas básicas –contenha a alta da inflação, recupere investimentos, gere empregos. Conversei com prefeitos da região, recentemente, e eles têm essa visão.
Anderson Farias, prefeito de São José dos Campos, tem questões a resolver nas áreas de educação, saúde e transportes, e que precisa ajustar o governo para os próximos dois anos. Izaías Santana, de Jacareí, um dos poucos prefeitos a não aderir de pronto à candidatura de Tarcísio de Freitas, acredita que, independentemente do resultado, é hora de trabalhar, já de olho em 2024 (aliás, Izaías deve anunciar já em janeiro o nome do candidato a prefeito que irá apoiar daqui a dois anos).
Enfim, vencida a etapa de domingo, vida que segue, com novos desafios. Seria bom que o segundo turno das eleições seguisse a métrica da “Buzina do Chacrinha”, um programa que acaba, quando termina. Sem terceiro turno.
Será que é isso que querem Lula, Bolsonaro, Tarcísio e Haddad?
Ouça o podcast completo com Hélcio Costa:
só acaba quando termina?