Lorena: Justiça torna réu homem acusado por feminicídio e estupro

Lorena: Justiça torna réu homem acusado por feminicídio e estupro
(Foto: Reprodução / Google Street View)                Justiça torna réu

A Justiça de Lorena aceitou a denúncia do Ministério Público de São Paulo (MPSP) contra um homem acusado de estuprar e matar sua ex-companheira, Elda Mariel Aquino Fortes, de 29 anos. O crime, ocorrido no dia 16 de março deste ano, resultou na prisão preventiva do acusado e na formalização de acusações de feminicídio e estupro.

O relacionamento entre o acusado e Elda durou quatro anos e gerou uma filha. No entanto, a relação era conturbada, com o homem demonstrando comportamentos agressivos e possessivos. Após a separação, Elda passou a ser alvo constante de perseguições e ameaças por parte do ex-companheiro, segundo as investigações. Em janeiro, ela chegou a registrar um boletim de ocorrência contra ele por violência doméstica e obteve uma medida protetiva que o impedia de se aproximar.

Apesar da medida protetiva, o acusado invadiu a casa de Elda no dia 16 de março. Segundo a denúncia do promotor Raphael Braga, ele a forçou a manter relações sexuais, a espancou violentamente e, em seguida, a asfixiou até a morte. A mãe de Elda encontrou o corpo da filha com múltiplas lesões no rosto e sinais de estrangulamento, indicando um ato de extrema brutalidade.

Investigações e julgamento – Justiça torna réu

Logo após o crime, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) constatou a morte de Elda no local. O corpo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) para exames de necropsia. A Polícia Civil tratou o caso desde o início como feminicídio, com o ex-namorado como principal suspeito.

Testemunhas corroboraram a linha de investigação. Uma amiga de Elda relatou à polícia que, na madrugada do crime, viu o ex-namorado em frente à casa de Elda, demonstrando desejo de se encontrar com ela. Apesar das medidas de proteção e dos avisos para tomar cuidado, Elda acabou sucumbindo à violência de seu ex.

O suspeito, que havia sido procurado pela Polícia Militar em sua residência sem sucesso, foi posteriormente localizado e preso. Sua prisão temporária foi convertida em preventiva pela Justiça, após o acolhimento da denúncia do MPSP.

Repercussão e pedido de indenização

O caso gerou grande comoção na cidade de Lorena, especialmente entre os colegas de Elda na maternidade da Santa Casa, onde ela trabalhava como técnica de enfermagem. Além de enfrentar a dor da perda, a família de Elda também está lidando com a questão judicial. O promotor Raphael Braga solicitou ao tribunal a fixação de indenizações mínimas: R$ 500 mil para os parentes de Elda e R$ 100 mil pelos danos causados à coletividade.

Para Braga, o crime foi cometido por motivo torpe, com extrema crueldade e de forma que impossibilitou qualquer defesa por parte da vítima, justificando a denúncia por feminicídio.